Primeiro Satélite 100% Brasileiro pode intensificar fiscalização ambiental

O Satélite Amazônia 1, o primeiro satélite totalmente feito no Brasil foi lançado na madrugada do último domingo (28).

O projeto do Amazônia 1 começou há oito anos e teve um investimento de R$ 400 milhões e diversos pesquisadores envolvidos.

Foi concluído para testes em dezembro de 2020, e após uma bateria de análises e testes foi liberado para o transporte, feito ainda em dezembro.

O lançamento foi feito no Centro de Lançamento Sriharikota, na Índia, às 1h54 de domingo.

O Amazônia 1 é o terceiro satélite a forma o sistema Deter, que auxiliará na observação e monitoramento do desmatamento na região amazônica. O equipamento possui 4 metros de comprimento e 640kg. Ele vai ficar a 752km acima da superfície da Terra com uma órbita entre os polos Norte e Sul. Vai capturar imagens de alta resolução. O imageamento (captação de imagens) começará cinco dias após o satélite se estabilizar na órbita.

Ele foi projetado para ter uma alta taxa de revisita (5 dias), o que significa que a cada 5 dias ele passa pelo mesmo ponto, ou seja, a cada 5 dias ele fará imagens do mesmo local. Isso proporcionará uma grande quantidade de dados de um mesmo ponto do planeta. Isso é extremamente valioso para aplicações ambientais.

Uma prática bastante usada na Amazônia é o desmatamento em áreas cobertas por nuvens, o que dificulta a identificação por imagens de satélite. Com o Amazônia 1, essas situações será identificadas de forma mais ágil e precisa.

Conforme informações repassadas ao setor de Geoprocessamento da BR Serviços, o Amazônia 1 disponibilizará dados abertos, disponíveis à qualquer cidadão.

As imagens terão resolução espacial de 60m. Isso significa que na imagem, cada pixel possui 60m de lado. Essa característica viabiliza identificação de áreas com grande extensão, e inviabiliza a identificação de pequenas áreas. Por exemplo, com uma resolução espacial de 60m é praticamente impossível identificar o desmatamento de uma área 1.000m², e até difícil identificar uma área desmatada com 1ha.

Contudo, com o avanço tecnológico e técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento cada vez mais avançadas é possível identificar desmatamentos de forma ágil e precisa, até mesmo sem observação humana, através de algoritmos  capazes de identificar conversões de uso e/ou cobertura do solo.

 

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