Novo software vai beneficiar 13 mil suinocultores catarinenses

A Embrapa Suínos e Aves, com apoio do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (IMA) e do Sindicarne, realiza em 16 de setembro, por meio de evento virtual, o Lançamento do Software de Gestão Ambiental da Suinocultura (SGAS). A ferramenta vai dar mais celeridade ao licenciamento de granjas de suínos em Santa Catarina, contribuindo com cerca de 13 mil produtores de todo o estado.

A gestão ambiental da suinocultura envolve vários fatores como o projeto e dimensionamento das granjas e dos sistemas de tratamento de efluentes, manejo de coprodutos da produção animal, monitoramento de indicadores de qualidade ambiental e também o licenciamento ambiental da propriedade para que seja implantada e opere dentro dos limites das legislações ambientais vigentes no país.

Até agora, os projetos eram feitos de forma manual, em planilhas do Excel ou por meio de outras ferramentas, porém demandavam mais tempo para os consultores ambientais e também para a análise dos processos pelos técnicos do IMA.

O novo software traz diversas funcionalidades que permitem ao usuário determinar automaticamente padrões de consumo de água e produção de dejetos nas granjas de suínos, assim como a oferta de nutrientes contidos nos dejetos em função da categoria de animais alojados, sistemas de manejo e o tratamento adequado dos dejetos.

O SGAS ainda auxilia o usuário na gestão das áreas agrícolas das propriedades rurais, determinando a demanda de nutrientes. Estes dados são importantes para determinar a capacidade de alojamento de suínos nas granjas, de modo que os dejetos sejam reciclados como fertilizantes segundo recomendações agronômicas e indicadores ambientais, mitigando os potenciais impactos ao meio ambiente.

Durante o processo de licenciamento da atividade, por exemplo, o IMA monitora o solo dos empreendimentos onde é disposto o biofertilizante produzido a partir dos dejetos suínos. O SGAS vai facilitar a análise dos parâmetros do monitoramento, indicando se o solo poderá receber mais dejeto tratado ou não, analisando o nível dos nutrientes, principalmente, o fósforo (P).

“O SGAS dimensiona estruturas de armazenamento de dejetos, biodigestores e unidades de compostagem com base em critérios técnicos e padrões estabelecidos pelas normativas ambientais. Por meio deste sistema, os projetos realizados pelos consultores ambientais serão padronizados e os resultados terão com maior confiabilidade”, explica a gerente de Licenciamento Ambiental Rural do IMA, Gabriela Casarin Ribeiro.

Para o presidente do IMA, Valdez Rodrigues Venâncio, o software é mais um diferencial para a suinocultura que pode acumular resultados ainda melhores nacional e internacionalmente. “O desenvolvimento de um software como ferramenta de análise que considere as particularidades das legislações ambientais e características das unidades de produção de suínos de cada estado do país pode trazer benefícios a toda cadeia produtiva e também aos órgãos ambientais fiscalizadores”, destaca

O sistema foi desenvolvimento pela Embrapa Suínos e Aves com base na Instrução Normativa 11/2014 e validado com dados compartilhados pelo IMA por meio de contrato de cooperação técnica. O Sindicarne também é parceiro deste projeto, apoiando financeiramente todo o processo de validação, transferência de tecnologia e treinamentos dos futuros usuários do sistema.

O lançamento do SGAS ocorre em 16 de setembro, a partir das 14h, pelo canal do Youtube em https://youtu.be/Y1ga2Big1-U.

A suinocultura

A suinocultura é o grande destaque do agronegócio catarinense em 2020. De janeiro a agosto deste ano, Santa Catarina já exportou 345,9 mil toneladas de carne suína, um crescimento de 27,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. O faturamento já passa de US$ 758,6 milhões, superando em 40% o valor de 2019.

Além da China, que vem aumentando os embarques mês a mês, outros mercados importantes estão investindo na produção catarinense. O Japão, por exemplo, se tornou o quarto maior comprador e ampliou em 166,2% o volume importado de Santa Catarina neste ano.

Maior produtor nacional de carne suína, Santa Catarina tem um status sanitário diferenciado, que abre as portas para os mercados mais exigentes do mundo. O estado é o único do país reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como área livre de febre aftosa sem vacinação, o que demonstra um cuidado extremo com a sanidade animal e é algo extremamente valorizado pelos importadores de carne.

Os números são divulgados pelo Ministério da Economia e analisados pela Epagri/Cepa.

Foto: Divulgação Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural.

 

Informações suinocultura:

Ana Ceron

Assessoria de Imprensa

Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural

Consema autoriza aproveitamento de madeira de árvores derrubadas pelos tornados nos dias 14 e 15 de agosto

O Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) em reunião nesta terça-feira, 25 de agosto, definiu que os efeitos da Resolução nº 169/2020, referentes ao reaproveitamento de material lenhoso, serão estendidos para os eventos climáticos que afetaram o estado nos dias 14 e 15 de agosto provocando a queda de inúmeras árvores. O Conselho resolveu ainda suspender a aplicação da Resolução nº 20/2008 que estabelecia critérios para o aproveitamento de material lenhoso derrubado e/ou danificado por fenômenos naturais.

Sendo assim, fica autorizado o aproveitamento da madeira das árvores derrubadas ou danificadas pelo ciclone extratropical ocorrido no estado em 30 de junho de 2020 e também pelos tornados nos dias 14 e 15 de agosto que afetaram Santa Catarina, especialmente, a região oeste. A concessão é válida para imóveis que obrigatoriamente estão inseridos no Cadastro Ambiental Rural (CAR), previsto no art. 12 da Lei Federal n° 12.651, de 25 de maio de 2012

Em caráter excepcional, a norma, elaborada pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (IMA), levou em consideração a necessidade de material de construção, em especial de madeira, para reparos e reconstrução de moradias e outros locais.

Com a aprovação da norma, é possível remover ou utilizar este material lenhoso de menor custo, oriundo das próprias árvores derrubadas ou danificadas por ação do temporal, sem autorização prévia do órgão ambiental, como ocorre em outros casos.

Entre os critérios para a retirada e aproveitamento do material gerado pelo ciclone destacam-se:

– o material lenhoso deverá ser utilizado em reparos e reconstrução de benfeitorias ou para local de uso diferente da propriedade, quando se tratar de doação da madeira para obras públicas emergenciais ou de assistência social;
– situações onde o material esteja interrompendo ou obstruindo passagens em rodovias.

Os critérios são válidos para o reparo dos danos. Não é permitido o uso comercial direto ou indireto, de espécies da flora nativa provenientes de formações naturais, para consumo nas propriedades rurais.

O responsável pelo aproveitamento do material lenhoso terá um prazo de até 30 dias após a utilização do material para a entrega dos documentos junto ao órgão ambiental, entre eles, croqui da propriedade e levantamento fotográfico que caracterize os danos causados pelo vendaval.

A nova Resolução com os efeitos estendidos para os eventos dos dias 14 e 15 de agosto deve ser publicada nos próximos dias no Diário Oficial de Santa Catarina.

Piscicultores de SC terão prazo de 12 meses para regularizar empreendimentos sem penalidades

Os piscicultores de Santa Catarina terão um prazo de 12 meses para regularização dos seus empreendimentos. Uma parceria entre Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural e Instituto do Meio Ambiente (IMA) e a Associação Catarinense de Aquicultura (ACAq) trará uma oportunidade para que os produtores obtenham a regularização ambiental pendente. A medida é válida para os piscicultores com empreendimentos instalados antes de novembro de 2019 e da publicação da Instrução Normativa IMA nº 08.

Foi assinado um termo de cooperação técnica entre Secretaria da Agricultura, IMA e ACAq atendendo uma demanda dos piscicultores catarinenses que já tinham seus cultivos instalados antes da publicação da Lei da Piscicultura e da Instrução Normativa do IMA e, portanto, sem a devida regularização ambiental. A partir de agora, eles terão 12 meses para buscar a regularização sem penalidades, atendendo critérios estabelecidos em um Termo de Referência que acompanha o termo de cooperação.

“São mais de 33 mil piscicultores que poderão regularizar seus cultivos sem penalidades, fazendo as adaptações necessárias e se enquadrando nas normas vigentes em Santa Catarina. Sem o licenciamento ambiental, os produtores acabam ficando à margem, não acessando as políticas públicas ou podendo investir na sua propriedade. Temos certeza de que essa parceria trará um grande avanço para a piscicultura de Santa Catarina”, explica o secretário de Estado da Agricultura, Ricardo de Gouvêa.

O gerente de Aquicultura e Pesca, Sérgio Winckler, explica que esse é um marco para a regularização da piscicultura em Santa Catarina e irá possibilitar que grande parte dos piscicultores instalados no estado conquistem a licença ambiental. “Além de acessar as políticas públicas do Governo Federal e do Governo do Estado, os piscicultores terão mais segurança jurídica para que possam fazer novos investimentos e melhorias no processo produtivo, resultando em maiores produtividades e ganhos para os produtores de peixe de Santa Catarina”.

Para o presidente do Instituto do Meio Ambiente, Valdez Rodrigues Venâncio, a união de esforços dos órgãos levou em consideração a relevância econômica e social da piscicultura em Santa Catarina. “Buscamos aliar a preservação ambiental com o desenvolvimento econômico por meio da regularização desta atividade, possibilitando que os piscicultores possam atuar e investir com segurança jurídica e de forma sustentável”.

Piscicultura em Santa Catarina

Santa Catarina conta com mais de 30 mil piscicultores, entre amadores e comerciais. O estado está entre os principais produtores de peixes de água doce do país, com uma produção de 47,9 mil toneladas em 2018.

Em termos financeiros, os piscicultores profissionais produziram 33,5 mil toneladas de peixes e geraram mais de R$ 167 milhões em 2018. A produção está concentrada nas regiões de Tubarão, Joinville, Rio do Sul e Blumenau. E a espécie mais produzida no estado é a tilápia.

Texto: Ana Cerom / Assessoria Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural

Foto: Divulgação/Epagri